O total de R$210 mil foi destinado hoje (21) aos seis finalistas do Prêmio Professor Caspar Erich Stemmer de Inovação Catarinense. Eles também receberam troféus das mãos do governador Raimundo Colombo e de Sergio Gargioni, presidente da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). Esta é a 6ª edição do Prêmio, que já contemplou 58 pesquisadores (protagonistas da inovação), empresas e instituições, com valores superiores a R$1,38 milhão.
Nesta edição, houve duas categorias: Empresa de Micro ou Pequeno Porte e Protagonista da Inovação. Nesta última, o ganhador foi Dennis Boing, pesquisador e coordenador do Centro de Tecnologia e Inovação em Fabricação, da UNIFEBE (Fundação Educacional de Brusque). “A indicação desta premiação é sem dúvida um estímulo para novos projetos e novos desenvolvimentos. Com isso, poderemos criar, a cada dia, novas situações para nossa Universidade e região”, disse Boing. O Centro sob sua coordenação atua em processos de fabricação em usinagem de materiais endurecidos. “Além de contemplar projetos diretos de inovação por meio da pesquisa aplicada, as atividades realizadas também promovem oportunidades para acadêmicos da UNIFEBE, inclusive no fomento de parcerias internacionais”, acrescentou.
Na segunda posição ficou Wanessa Rejane Knop Weihermann, que apresentou projeto inovador – desenvolvido como pesquisa de doutorado na UDESC, campus Joinville – sobre Materiais Poliméricos com Capacidade de Autocicatrização. Eles são uma alternativa para a geração de materiais poliméricos mais duráveis e confiáveis, evitando falhas durante o seu uso em aplicações de engenharia. Quanto à participação como finalista do Prêmio Stemmer, a pesquisadora afirmou: “é um incentivo muito importante para a carreira do pesquisador, pois todo o trabalho desenvolvido em muitos anos de pesquisa, dedicação laboratorial e experimental, obteve sucesso em desenvolver um mecanismo inédito no Brasil.”
Rinaldo Puff e outros membros da equipe do setor de Compressores da Whirlpool S.A. – Unidade EMBRACO de Joinville, conquistaram o terceiro lugar com o desenvolvimento do primeiro compressor hermético sem óleo para aplicações de refrigeração residenciais do mundo. O Wisemotion oferece mais facilidade no transporte, no armazenamento e na reciclagem. “Trata-se de uma revolução para a refrigeração, pois amplia as possibilidades para o design de novos refrigeradores – desde o formato até funcionalidades mais inteligentes. Isso porque o compressor pode ser instalado em diversas posições no refrigerador, pois não existe a preocupação com o retorno do óleo lubrificante”, explicou a equipe da Embraco.
Setor produtivo
Na categoria Empresa inovadora de micro ou pequeno porte a vencedora foi a Chipus Microeletrônica, de Florianópolis, com um Sensor Magnético Integrado considerado o primeiro circuito a integrar monoliticamente em um único chip um sensor de tunelamento magnético e os circuitos de processamento e condicionamento de sinais. Em termos ambientais, com a eliminação dos amplificadores de sinal, o chip requer menos potência para operar e, portanto, contribui também para uso mais eficiente de energia. A empresa foi representada pelo diretor-presidente Murilo Pilon Pessatti e pelo diretor-técnico, Paulo Augusto dal Fabro.
A segunda colocação ficou com a PNP Soluções em Bioengenharia, por causa do InCardio – ECG Veterinário, que funciona por meio da telemedicina, permitindo o diagnóstico a distância e facilitando o acesso a exames especializados dos pacientes. O equipamento integra os laudos ao software e ao aplicativo pela internet, aproximando as clínicas veterinárias dos especialistas. “Uma clínica de uma cidade no interior onde não exista um profissional qualificado em cardiologia veterinária pode, pela internet, enviar dados adquiridos do paciente para uma central de telemedicina, onde um cardiologista interpreta o exame e a gera o laudo. Por fim, o laudo é enviado para o veterinário que o solicitou e para o tutor do paciente”, explica Jonatas Pavei, diretor comercial da empresa que já recebeu recursos da FAPESC, por meio do programa Sinapse da Inovação. Sobre isso, também falou o diretor-técnico, Gabriel Veloso Paim.
A EcoTextil Industria e Comércio de Maquinas, de Luzerna, garantiu a terceira posição com um desfiador de tecidos para micro e pequenas confecções capaz de reduzir em 250 toneladas o volume dos resíduos enviados mensalmente a aterros catarinenses. O equipamento reaproveita retalhos que sobram da confecção de roupas, formando uma nova estopa que irá gerar novos tecidos. “Os resíduos de tecidos são beneficiados e a estopa resultante tem satisfatória aceitação do usuário. As confecções descartam vários tipos de tecidos, alguns deles, como a malha de poliéster, ainda não são beneficiáveis pelo equipamento”, ponderou Severino De Déa, idealizador da máquina. Para desenvolvê-la, a EcoTextil recebeu apoio do Sinapse. “Nos próximos 2 anos a empresa deverá comercializar pelo menos 500 máquinas deste tipo.”
Na Chamada Pública nº 04/2015, inscreveram-se 40 candidatos, sendo 16 empresas e 24 pesquisadores (individuais ou em equipe). A região da Grande Florianópolis foi a que apresentou mais candidaturas, seguida pelo Oeste, a região Norte e o Vale do Itajaí.
Reconhecendo a contribuição dos inovadores na apropriação do conhecimento científico e tecnológico em novos produtos ou processos, o prêmio inclui a entrega de troféus e valores em dinheiro, sendo R$ 15mil para o 3º colocado, R$ 30mil para o 2º e R$ 60mil para o 1º colocado.
Fonte: Heloisa Dallanhol – FAPESC